O sucesso do empreendimento está diretamente ligado à motivação dos seus colaboradores. No entanto, somente um bom salário não é mais suficiente para manter o engajamento dos funcionários. Por isso, entre outras medidas, é necessário que a empresa mantenha um kit de primeiros socorros para assegurar o bem-estar e a saúde da equipe.
Além de estar em conformidade com a legislação vigente, adotar essa medida ainda influencia o nível de satisfação dos colaboradores, o que é essencial ao aumento da produtividade.
Quer saber como montar um kit de primeiros socorros e qual a importância dele para a preservação da saúde de seus funcionários? Continue lendo e descubra tudo aqui!
Qual a importância do kit de primeiros socorros em uma empresa?
Manter o kit de primeiros socorros atualizado é muito importante para a organização. Tal medida objetiva assegurar condições de oferecer cuidados imediatos a um colaborador ferido acidentalmente ou que se sinta doente. Prover esse atendimento básico — e emergencial — é necessário até controlar a situação e tranquilizar o colaborador.
Independentemente do tamanho da empresa, todas têm a obrigação de manter em suas instalações um kit de materiais necessários ao socorro imediato. Seguir essa normatização é importante em vários aspectos. Os mais relevantes são:
- estabelecer maior segurança para os colaboradores durante a execução das atividades;
- identificar o risco de lesões mais graves ou o comprometimento de alguma função vital;
- proporcionar cuidados imediatos a alguém ferido ou doente no ambiente corporativo;
- avaliar sinais vitais e, se necessário, encaminhar o funcionário para o hospital;
- cumprir as normas de segurança padrão previstas em Lei.
Como escolher os itens que compõem o kit de primeiros socorros?
Conforme o Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO), toda empresa precisa promover meios de preservar a saúde de seus trabalhadores.
Desse modo, o PCMSO especifica e padroniza os procedimentos e condutas que as empresas precisam adotar a fim de minimizar os riscos aos quais os empregados estão expostos no ambiente de trabalho.
Uma das normas regulamentadoras que compõem esse programa é a NR7, que estabelece os parâmetros a respeito dos kits de primeiros socorros. Estes devem ser montados conforme o nível dos riscos da atividade desenvolvida.
Além de atender às regulamentações impostas pela legislação vigente, ao investir no kit primeiros socorros, a empresa assegura maiores condições de promover o bem-estar e a segurança dos seus colaboradores.
Cuidar desses aspectos não só reflete na vida pessoal como eleva o grau de satisfação e de produtividade. Tais medidas também simbolizam maiores condições de aumentar a lucratividade e de tornar o empreendimento bem mais competitivo.
Conforme as orientações da NR7, o kit deverá ser montado conforme a atividade à qual a empresa se dedica. Logo, o kit de uma indústria siderúrgica deve ser diferente de uma instituição que atua na construção civil, já que os riscos aos quais os funcionários estão expostos são distintos em cada atividade.
Quais são os itens que deve conter a maleta?
Independentemente do ramo de atuação, a rapidez no atendimento de primeiros socorros é essencial para monitorar os sinais vitais da vítima e reduzir os riscos até a chegada a um hospital.
De modo geral, a maleta de primeiros socorros deve conter os seguintes objetos:
Instrumentos
Na composição de um kit de primeiros socorros empresarial, os instrumentos básicos mais importantes são:
- pinça;
- tesoura;
- termômetro;
- colar cervical;
- luvas cirúrgicas;
- óculos de proteção;
- tala de imobilização;
- máscara para proteção facial.
Material para curativo
Caso haja a necessidade de fazer curativo, os seguintes materiais não podem faltar:
- band-aid;
- antisséptico;
- esparadrapo;
- álcool 70%;
- água boricada;
- solução de iodo;
- algodão hidrófilo;
- gaze esterilizada;
- ataduras de crepe;
- água oxigenada de 10 volumes.
O que não pode conter o kit de primeiros socorros?
Não se pode incluir quaisquer tipos de medicamentos no kit de primeiros socorros, nem mesmo um simples analgésico. Essa é a condição imposta pela legislação que coordena e delimita o exercício das atividades médicas no país.
Assim, em consonância com as normas estabelecidas pelo Decreto nº 20.931, nenhum medicamento deve ser incluído na caixa de primeiros socorros. Salvo exceção aqueles expressamente autorizados pelos profissionais competentes que trabalham na instituição.
Por isso, os itens que compõem o kit devem seguir a legislação a fim de que as normas de segurança e de proteção da saúde do trabalhador sejam rigorosamente observadas.
Como montar o kit conforme a legislação?
A principal norma que rege a montagem correta do kit de primeiros socorros está prevista na NR7, incluída no PCMSO. Segundo esse programa, a empresa precisa manter um kit com o material necessário para prestar o socorro, e de acordo com os riscos da atividade desenvolvida.
Independentemente da área de atuação ou do porte da empresa, o kit de primeiros socorros é obrigatório. Além disso, os equipamentos e materiais devem ser devidamente condicionados em local adequado e seguro.
Além da NR7, há outras normas que também auxiliam as instituições na criação de um ambiente seguro para o exercício das atividades de rotina. Entre esses programas destaca-se o de Prevenção de Riscos Ambientais, também chamado de PPRA.
Junto à NR9, o PPRA foi instituído com a finalidade de preservar a integridade física do trabalhador. Um dos objetivos desse programa é a educação preventiva, que assegura aos funcionários o incentivo à busca de medidas que antecipem possíveis riscos à saúde.
Outro aspecto relevante é em relação ao uso dos Equipamentos de Proteção Individual (EPIs). A necessidade de incentivar os trabalhadores ao uso desses equipamentos tornou-se uma prioridade dentro das empresas, visto que esse é um meio seguro de evitar acidentes.
As medidas de proteção à saúde e de segurança empresarial também englobam as questões relacionadas ao aspecto estrutural das empresas. Nesse processo, também estão incluídos elementos inerentes à preservação do bem-estar dos profissionais.
Destaca-se também a normatização proposta pela NR23, cujo foco é voltado para medidas de proteção contra incêndios, para a obrigação de saídas de emergência e a distribuição de extintores em locais de fácil acessibilidade.
Além da elaboração de um kit de primeiros socorros em conformidade com a legislação, o atendimento a essas normas de segurança é imprescindível. Ajudam, pois, a reduzir os riscos de exposição a acidentes ou incidentes que podem colocar em risco a saúde e a vida do funcionário.
Quem pode manusear o kit de primeiros socorros?
Um kit de primeiros socorros é um elemento essencial e que será utilizado em momentos de urgência, principalmente nos casos de pequenos incidentes. Essa intervenção objetiva minimizar os riscos dessa situação emergencial até que um profissional de saúde assuma o controle.
Para facilitar o acesso a esses materiais, eles precisam estar armazenados em um local seguro, estratégico e longe de calor ou de umidade.
Contudo, isso não significa que o local mais apropriado seja, simplesmente, uma pasta ou um armário vulnerável ou ao alcance de todos. Para maior segurança, o kit precisa ser guardado de forma que possibilite a supervisão dele pelos profissionais tecnicamente treinados.
Um dos principais cuidados de quem controla os itens constantes no kit de primeiros socorros é a reposição do material que foi utilizado. Zelar pela manutenção dos itens é fundamental para garantir a disponibilidade desses recursos nos momentos de maior necessidade.
Ainda que as organizações adotem procedimentos para evitar imprevistos no ambiente laboral, nem sempre é possível proteger os funcionários de pequenos incidentes ou de todas as ameaças.
Por isso, além das práticas de prevenção propostas pela legislação trabalhista, é preciso que alguns colaboradores sejam treinados e devidamente capacitados para controlar eventuais problemas.
É necessário, portanto, orientar e capacitar um grupo menor de funcionários, a fim de que aprendam os procedimentos mais adequados para prestar um atendimento de primeiros socorros.
Isso não significa que a empresa não necessite desenvolver campanhas para educar os demais funcionários. Na verdade, a educação precisa ser extensiva a todos, mas o treinamento técnico — que capacita para uma intervenção eficaz — deve ser restrito a alguns colaboradores de cada setor.
Por questão de segurança, o acesso ao kit de primeiros socorros deve ficar limitado somente às pessoas responsáveis pelo atendimento às urgências. No entanto, antes mesmo que esse material seja entregue aos responsáveis por essa função eles deverão passar por um treinamento.
Essa capacitação deve ser específica para que eles aprendam a manusear os equipamentos corretamente, a fazer pequenos curativos e a prestar o correto atendimento emergencial.
Vale salientar que a adoção de medidas corretas nos primeiros instantes logo após um acidente pode ser determinante para uma boa evolução do paciente. A avaliação dos sinais vitais, por exemplo, é essencial nos casos de desmaios ou acidentes mais graves.
Quais treinamentos são mais indicados para os primeiros socorros em empresas?
É necessário que se tenha pelo menos três pessoas treinadas para usar o kit de primeiros socorros da empresa. Capacitar mais de um colaborador é importante para garantir socorro imediato, mesmo que algum deles falte ao trabalho. O ideal é treinar um funcionário por setor.
Existe uma série de cursos e de treinamentos que o colaborador responsável pelo kit pode fazer para auxiliar um colega ferido. Como vimos, antes de assumir essa responsabilidade, os integrantes dessa comissão precisam obter a capacitação exigida para desempenhar essa nova função.
Mesmo que na empresa não haja nenhum setor ligado à saúde, é preciso que algum colaborador adquira noções básicas das práticas de segurança e de saúde do trabalho.
Outra opção interessante é o treinamento oferecido pela Semana Interna de Prevenção de Acidentes (SIPAT). Esse trabalho de capacitação e de prevenção de acidentes é promovido no âmbito da CIPA. Esse evento pode ser agendado e realizado periodicamente pela empresa.
Desse modo, envolver os funcionários nesses cursos torna-se em uma ótima oportunidade de aprendizagem de métodos de prevenção dos riscos de acidentes no trabalho. Além disso, o conteúdo também é voltado para atendimento básico em casos de urgência.
Dependendo do tamanho ou da área de atuação da empresa, há, ainda, outras opções de treinamentos. Muitas instituições de saúde oferecem esses serviços externamente, ou podem também organizar palestras e eventos dentro da empresa. Logo, cabe ao gestor analisar qual estratégia se adapta melhor à realidade de sua organização.
Quais cuidados devem ser tomados com a vítima?
É muito importante que o colaborador responsável pelos primeiros socorros obtenha o consentimento da vítima antes de ajudá-la ou de tocá-la, exceto nos casos em que a pessoa estiver inconsciente.
Mesmo que o colega de trabalho esteja passando mal, ferido ou sem condições de se manifestar verbalmente, ele poderá confirmar seu consentimento acenando com mão ou fazendo um gesto positivo com a cabeça.
Por sua vez, o funcionário que prestará o atendimento deverá estar em boas condições de higiene, utilizar luvas e ter todos os cuidados necessários para não transmitir impurezas àquele colaborador que está acidentado ou passando mal.
Caso a pessoa tenha sofrido um acidente grave, com fratura interna ou semelhante, é preciso redobrar os cuidados para evitar risco de maiores lesões. O ideal é imobilizar o local ferido utilizando uma tala e manter o colega deitado até a chegada de uma ambulância.
Também é fundamental que o prestador do atendimento de urgência, assim como os demais colegas do setor, mantenham a calma para evitar que a vítima fique ansiosa e insegura.
O controle do estresse e de quaisquer outros sentimentos que sinalizem instabilidade emocional é muito importante nesses momentos. Por isso, além do conhecimento técnico, desenvolver habilidades emocionais é um dos pontos cruciais para auxiliar a outros em situação emergencial.
Caso a situação represente risco de vida, ou mediante algumas condições em que o quadro não possa ser reparado, o ideal é chamar uma ambulância ou uma viatura policial. Desmaios, elevação súbita da pressão arterial ou ataques cardíacos exigem intervenção médica emergencial.
Logo, vale ressaltar que os primeiros socorros em uma empresa são apenas um atendimento inicial para avaliar as chances de contornar o problema.
Os procedimentos mais avançados — como a solicitação de exames, por exemplo —para resguardar a integridade física e preservar a saúde dos colaboradores são de inteira responsabilidade dos profissionais competentes.
Percebe-se, então, que o bem-estar e a saúde integral dos funcionários são um dos pilares fundamentais para acelerar a produtividade empresarial. Como visto, o nível de satisfação do colaborador não se resume apenas à questão salarial.
Por isso, cuidar dos elementos relativos à manutenção da saúde no ambiente corporativo é essencial. Nesse sentido, saber como montar um kit de primeiros socorros é extremamente necessário para garantir a segurança e a tranquilidade durante as atividades de rotina.
FONTE: PHARMA HOJE