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Outubro Rosa: Mulheres resgatam autoestima após luta árdua contra o câncer.

Símbolo de feminilidade, sexualidade e maternidade, os seios sempre tiveram uma relação direta com a autoestima da mulher. Para muitas delas, eles representam força e liberdade. E quando essa mulher se vê diante de um diagnóstico de câncer de mama, uma das primeiras coisas que passam por sua cabeça, além da finitude da vida, é a possibilidade de perder a mama para a doença, através da cirurgia de mastectomia – procedimento de retirada parcial ou total do órgão.

Foi exatamente isso o que aconteceu com a pedagoga Lucy Mary Cerqueira, 49 anos, quando ela descobriu a doença no seio esquerdo, no final de 2010, aos 39 anos. “No primeiro momento, pensei que ia morrer, mas com o apoio da família e alguns amigos e, acima de tudo, muita fé em Deus, consegui forças para lutar contra o câncer. Precisei tirar o seio esquerdo. Fiz mastectomia radical, pois o câncer era muito agressivo, grau 3, infiltrante e invasivo. A minha autoestima ficou péssima, pois só iniciei o processo de reconstrução mamária dois anos após a mastectomia”, lembrou ela.

Após dez cirurgias – duas para retirar o nódulo e a mama e outras oito de reconstrução e colocação de prótese- Lucy recuperou a autoestima, após um processo lento e doloroso. “Meu tratamento durou uns 11 meses entre cirurgia, quimioterapia e radioterapia. Fiz várias etapas da reconstrução mamária, pois houve um processo de rejeição. Mas sou destemida e tenho muita fé em Deus, não desisti até ficar tudo bem”, afirma.

A pedagoga conta que, dentre outros fatores, a reconstrução do mamilo através de um processo de pigmentação, feito por uma fisioterapeuta pigmentadora, também contribuiu para a elevar sua autoestima. “Na cimetrização mamária, a cirurgiã plástica dividiu a auréola da mama direita e implantou na mama esquerda reconstruída, mas não ficou bom. Daí, uma amiga minha, também fisioterapeuta, me falou sobre o trabalho de Bruna Portugal, então decidi procurá-la. Fiquei muito feliz com a possibilidade de reconstruir o bico e a auréola. Atualmente, me sinto linda por dentro e por fora, graças a Deus, a família, aos amigos e a Bruna Portugal”, comemora Lucy.

Projeto devolve a beleza feminina 

Bruna Portugal, fisioterapeuta pigmentadora, há dois anos vem devolvendo a autoconfiança, o amor próprio e a vontade de viver a mulheres mutiladas pelo processo cirúrgico de retirada da mama. “Sempre trabalhei com estética e fiz trabalhos voluntários, como atender idosos e crianças carentes. Há dois anos, me dedico a fazer mamilos gratuitos para mulheres que sofreram câncer de mama. O seio da mulher é vaidade e sexualidade, muitas ficam com depressão após serem mutiladas e devolver os mamilos à essas mulheres se torna uma tarefa prazerosa e recompensadora. Elas relatam que após reconstruir o mamilo se sentem mais bonitas, até mesmo os maridos me mandam mensagens agradecendo!”, relata.

Ela informa que, apesar de ser um serviço totalmente gratuito e realizado durante todo ano, as mulheres que tiverem o interesse de realizar o procedimento precisam seguir algumas recomendações. “Preciso que tenha no mínimo 3 meses da última cirurgia reparadora e o relatório do médico oncologista liberando a realização do procedimento. Atendo no Koala Estúdio, em Feira de Santana, e meu projeto dura o ano inteiro”, conclui.

 

Mente equilibrada ajuda na batalha

Curada da doença, Lucy confessa que o acompanhamento psicológico também foi muito importante no seu processo de luta contra o câncer, pois nele que ela encontrou e ainda encontra suporte para manter a mente equilibrada diante das adversidades.  “Foi através do acompanhamento psicológico eu consegui mostrar para mim mesma que eu posso, eu quero e eu consigo”, relata.

Cláudia Cruz, psicóloga da S.O.S. Vida, reforça a importância do acompanhamento psicológico para os pacientes oncológicos e seus familiares. “O câncer é uma doença ameaçadora da vida que traz o estigma de sofrimento e morte. Neste sentido, o suporte psicológico se faz necessário e inclui acolhimento e espaço de escuta às questões mobilizadoras, espaço para expressão de emoções e sentimentos e busca de compreensão da doença e tratamentos, ressignificação do momento de vida com vistas à qualidade de vida, trabalhar medos, angústias e possíveis fantasias sobre a doença e tratamento”, explica, defendendo que o acompanhamento psicológico deve ser mantido até mesmo após o tratamento.

FONTE: A Tarde (29/OUT/2020)

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